segunda-feira, 29 de junho de 2009

Brilha e não é pirilampo.

Há coisas que não se explicam, limitam-se a ser sentidas.
A dor é uma delas. Dor de amor, dor física, de querer demais, de querer de menos, entre muitas outras.
Mas há uma dor que dói mais do que todas as outras, a dor de perder alguém.
Falo de mim, que perdi quem nunca conheci e que (quase) todos os dias me vem ao pensamento.
Partiu, nem sei bem como, há 20 anos. Eu tenho 16. Não poderia ter ficado? Não poderia ter-me abraçado uma vez? Não poderia ter-me dado a mão e levar-me para me comprar um rebuçado?
Podia sim, mas alguém ou alguma coisa não o quis.
Sei que eu seria melhor pessoa se tivesse escutado a sua voz, sentido o seu toque, o beijo leve na minha testa, aguentado suas manias, seus momentos de glória, acompanhar a idade a chegar com o cansaço e os traços cada vez mais vincados no rosto. Mas não, talvez eu não seja uma pessoa 100% feliz por isso mesmo, porque me faltou o toque, o palavrear e as histórias de tempos passados, de décadas e séculos longínquos. Mas sou assim, deste meu jeito que não agrada nem a gregos nem a troianos, que agrada todo o mundo, que há dias em que me agrada a mim e outros em que não (me) consigo suportar.
Mas eu sei, que em qualquer lugar, Ele, que é meu, brilha, e não é um pirilampo.

S.C.

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